sábado, agosto 30, 2008

oxigénio

Quando respiravas à noite o meu corpo respirava contigo.

as minhas coxas nas tuas coxas (o contacto com a parte interior dos teus joelhos)

o meu ventre nas tuas nádegas,
o meu peito nas tuas costas
e o teu rumorejar fazia-se brisa suave, um silêncio vivo.

Porque o meu corpo fazia parte do teu sono, porque nos tocávamos sempre mesmo quando os sonhos nos afastavam: a tua mão na minha anca, o teu pé enlaçado no meu, as tuas costas contra as minhas.

Tu exalavas o meu hálito nocturno, eu inspirava o teu corpo e agora falta-me o ar.

[hoje à noite deitei-me e disse]

expirar inspirar

1 comentário:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.