quinta-feira, maio 28, 2009

chemical hangover

Ordena-me: a menina leia isto que aqui está escrito se faz favor e confirma com voz de quem afirma, esta é a sua letra, não é?. Não existe outra hipótese senão repetir as palavras que escrevi, (sim é a minha caligrafia), e não recordo ter escrito. Apenas reconheço que o fiz porque me dói a cada sílaba. E não sei se me fere mais a ordem, se a leitura, se o teu olhar atento, aflito e cobarde enquanto me ouves despir o meu amor por ti: infeliz e sem retorno na margem de um papel. Uma folha recortada, anotada e velha onde, a lápis, perdida entre outras glosas, consta a confissão.

***

Entre a mutação e a fuga [de bicicleta ou conduzindo uma carrinha de porta lateral deslizante?].
Entre uma muito nocturna Rua dos Clérigos e um deprimido espaço comercial.
Entre a chuva que molha a celebração e o caos do último dia.

Sobrevivi a uma noite inteira de tarefas que realizo com náusea.
Debati-me com informações contraditórias.
Cumpri os meus últimos desejos.

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